Nasci
para a solidão. Circundado pela escuridão sinto a inspiração para
exteriorizar através de palavras toda a consternação que perturba
permanentemente a minha alma, o meu espírito. Talvez eu tenha escolhido
essa solidão que gera um sentimento de culpa aterrador, ampliado pela
sensação que o nada permanecerá e me envolverá com esse ar rarefeito,
com essas sombras espectrais junto a mim. Abaixo a cabeça em um gesto
que muitos encaram como derrota. Fecho os meus olhos, minhas expressões
são consternadoras, pareço estar à beira do precipício infindável, teria
minha jornada da alma chegado ao fim? Não teria eu, solução? Que os
falsos juízes tenham essa certeza duvidosa, pois ao baixar a cabeça,
ficar sério e fechar os olhos, nada mais busco do enxergar o meu
interior e ampliar a minha visão. As trevas não me enfraquecem, me
fortalecem, ajudam-me a refletir mostram que meu coração por mais
dolorido que esteja, ainda pulsa, e sente amor pelos coitados que não
compreendem aquilo que é evidente. A minha força vem da minha alma, a
alegria surge após a tristeza e a minha felicidade reina na solidão.
Enquanto houver luz, haverá sombra, enquanto a sombra esconder a dor, eu
estarei lá, triunfante com todo o meu ser delirante. Certamente meu
coração não hesitará e a minha alma se fortalecerá.
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